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Menina Má - William March

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Sinopse: Publicado originalmente em 1954, MENINA MÁ se transformou quase imediatamente em um estrondoso sucesso. Polêmico, violento, assustador eram alguns adjetivos comuns para descrever o último e mais conhecido romance de William March. 

Os críticos britânicos consideraram o livro apavorantemente bom. Ernest Hemingway se declarou um fã. Em menos de um ano, MENINA MÁ ganharia uma montagem nos palcos da Broadway e, em 1956, uma adaptação ao cinema indicada a quatro prêmios Oscar, incluindo o de melhor atriz para a menina Patty McComarck, que interpretou Rhoda Penmark. 

Rhoda, a pequena malvada do título, é uma linda garotinha de 8 anos de idade. Mas quem vê a carinha de anjo, não suspeita do que ela é capaz. Seria ela a responsável pela morte de um coleguinha da escola? A indiferença da menina faz com que sua mãe, Christine, comece a investigar sobre crimes e psicopatas. Aos poucos, Christine consegue desvendar segredos terríveis sobre sua filha, e sobre o seu próprio passado também. 

MENINA MÁ é um romance que influenciou não só a literatura como o cinema e a cultura pop. A crueldade escondida na inocência da pequena Rhoda Penmark serviria de inspiração para personagens clássicos do terror, como Damien, Chucky, Annabelle, Samara, de O Chamado, e o serial killer Dexter.

★★★★★/5

Lembro de quando lançou esse livro e era tudo o que se falava nos blogs literários. Na época eu não comprava Darkside, já que a grana estava curta. Mas acho que lê-lo agora fez a experiência ser bem melhor do que seria anos atrás. 

Posso dizer que foi uma leitura muito prazerosa e do jeito que eu gosto. Quando vamos imaginar que crianças podem ser tão cruéis? Sempre que leio ou assisto algo que tenha uma criança psicopatas, fico assustada, já que isso acontece na vida real também.

Sou um pouco suspeita para falar desse livro, já que sou muito interessada no assunto "mente dos psicopatas". Não importa se são adultos ou crianças. Eu gosto de, pelo menos, tentar entender. É algo que realmente me faz pensar. O que leva alguém a cometer crimes horrendos? O que leva uma criança a praticar o mal?

Achei a história realmente interessante e envolvente. Além de contar sobre a Rhoda, temos a mãe dela, Christine, que percebe o que a filha faz e tenta encontrar respostas para várias de suas perguntas. Com isso, compreendemos um pouco a relação entre mãe e filha, além de ficar nítida criação sem o pai de Rhoda.

Hoje, vemos com mais facilidade como a mãe normalmente assume a maior responsabilidade na criação dos filhos. Agora imagina na época em que Menina Má foi escrito? Percebe-se o quanto Christine sente falta do esposo para cuidar da filha com ela.

O que você faria? Eu não sou mãe, por isso em vários momentos me irritei facilmente com a Christine. Como alguém defende uma mini criminosa? Aí minutos depois estava eu me retratando mentalmente, poxa é uma criança, afinal. Mas não deixa de ser uma criminosinha. 


Mas uma coisa em que eu acredito de verdade é que as pessoas já nascem más. Independente de ter uma família estruturada ou não, ter vida fácil, difícil. Acredito que o ser humano já nasce com a maldade e isso se molda com o passar do tempo. Porém, algo que até agora não entendo é a mentalidade de uma criança/adolescente que comete atrocidades.

Crianças e adolescentes conseguem ser muito malvados. O mais intrigante de tudo isso é saber que existem estudos que mostram um número alto de crianças que possuem algum transtorno de desvio de conduta. Um Google e você encontra mais informações. E nós que estamos acostumados a ler sobre serial killers (somos, não somos?) sabemos que tudo começa na infância com algum tipo de violência contra animais, contra outras crianças, agressividade e até mentiras.

Ser mãe/pai de uma pessoa assim, sem dúvida, deve ser desesperador. Só quem vive sabe, mas eu até imagino. Querer proteger e tentar "recuperar" um filho certamente é o desejo de todo pai e mãe. 

É uma leitura bem válida e me fez refletir sobre muitos assuntos. Eu recomendo e até insisto que você leia. 
 
Autor: William March
Editora: Darkside Books
I.S.B.N.: 9788566636819

Bom Dia, Verônica - Andrea Killmore (Raphael Montes e Ilana Casoy)

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Livro que virou série da Netflix

Sinopse
Chegou a hora de abrir a caixa e revelar muito mais que um mistério — uma parceria, um pacto vivo a quatro mãos, um suspense que atormentou leitores e despertou questionamentos. Qual a verdadeira identidade de Andrea Killmore? 
Por trás de um thriller hipnotizante e surpreendente, duas mentes sombrias, familiares ao perigo e a todos os amantes da literatura dark: Casoy e Montes. A rotina da secretária de polícia Verônica Torres era pacata, burocrática e repleta de sonhos interrompidos até aquela manhã.
Um abismo se abre diante de seus pés de uma hora para outra quando, na mesma semana, ela presencia um suicídio inesperado e recebe a ligação anônima de uma mulher clamando por sua vida. Verônica sente um verdadeiro calafrio, mas abraça a oportunidade de mostrar suas habilidades investigativas e decide mergulhar sozinha nos dois casos. 
Um turbilhão de acontecimentos inesperados é desencadeado e a levam a um encontro com lado mais sombrio do coração humano.

★★★★★/5

Vou aproveitar sim que saiu o teaser oficial da série na Netflix e contar para vocês o que achei do livro Bom dia, Verônica. Até então, ninguém sabia quem era Andrea Killmore - nome bem sugestivo. Porém, com o lançamento da capa nova  (imagino eu) pela Darkside Books, foi revelado que era uma obra prima de Raphael Montes e Ilana Casoy.

Eu sou grande fã do Raphael Montes desde que li Suicidas. Falei sobre ele no meu blog Sabe o inverno? há algum tempo, se quiser saber mais, basta visitar o blog, o link está ali na barrinha acima. 

Para mim, ele é um grande escritor do gênero suspense, mistério, crime e um dia quero ter o orgulho de dizer que li todos os livros dele.

Já a Ilana Casoy, apesar de tudo eu nunca li nada exclusivo dela. Depois de Bom dia, Verônica, ah meus amigos, pode apostar que vai ter maratona (e gastos absurdos com livros).

Voltando a Bom dia, Verônica, eu li ainda esse ano, na verdade no início desse mês de agosto e achei sensacional. Todo o enredo é muito bem montado, muito bem escrito e  de uma riqueza imensa.

Eu vou defender para sempre os escritores de thrillers nacionais, porque é meu gênero preferido e estou impressionada com as obras que venho lendo ultimamente.

Durante a minha leitura, eu morria de medo de algo acontecer com Verônica. Sabe aqueles livros em que o detetive designado para a investigação acaba sendo afastado e fazendo tudo por conta própria? Eu esperei a todo instante que a SECRETÁRIA fosse penalizada de alguma forma.

As falas da Verônica, no geral, fizeram com que eu me identificasse muito, sabe? Sem dúvida uma personagem muito marcante e daquelas que, mesmo não sendo reais, você pensa: queria que fosse minha amiga.

"...se você é uma mulher acima de trinta anos e não precisa de remédio para ansiedade, então merece um troféu."

"Mulher é que nem índio, se pinta para a guerra que enfrenta todo dia."

"Homem é um bicho muito tosco mesmo - deu mole, já pensa em sexo."

Os crimes relatados no livro são bem pesados. São bem cruéis mesmo e muito bem detalhados. O casal Brandão e Janete é um casal peculiar. Certamente existem vários iguais no mundo real, talvez sem os crimes fora de casa do Brandão. Mas segue sendo um relacionamento abusivo ao quadrado.

Fiquei com muita raiva de Janete durante muito tempo. Sabe o quanto isso acontece aqui, fora dos livros? A gente fica com raiva da vítima, culpando-a e se sente culpado depois.

Agora quero falar sobre aquele final. Que final brilhante!! Assim como me surpreendi MUITO em Suicidas, Bom dia, Verônica até agora me deixa "que mulher genial, que escritores geniais". Sim, é um final sensacional e eu poderia passar três dias falando dele.

Não vi o teaser da Netflix, não gosto muito, já que teaser trailer costumam me enganar, então vou esperar sair a série para comentar. Faz tempo que não vejo séries novas, mas confesso que estou ansiosa para sair Bom dia, Verônica.

Sobre ela, a série, irei comentar no outro blog, o Sabe o inverno?. Não abandonem aquele espaço que eu amo tanto.

Já leram? Vão assistir à série? Vamos conversar aqui nos comentários.

Autores: Raphael Montes e Ilana Casoy
Editora: Darkside Books
I.S.B.N.: 9788594540171


O que terá acontecido a Baby Jane? - Henry Farrell

quinta-feira, 9 de abril de 2020

capa do livro
Sinopse: Uma boa história não envelhece jamais. É o caso de O que terá acontecido a Baby Jane? 
Lançado originalmente em 1960, e há décadas fora de catálogo no Brasil, era um dos livros mais pedidos pelos exigentes leitores da DarkSide® Books. 
O romance de Henry Farrell, brilhantemente adaptado ao cinema em 1962, tem o mesmo toque de terror gótico e psicológico de grandes clássicos desenterrados pela editora, como Psicose (1959), de Robert Bloch, e Menina Má (1954), de William March. 

O que terá acontecido a Baby Jane? conta a história das irmãs Hudson, duas mulheres de idade que vivem isoladas em uma mansão e mantêm uma relação doentia de dependência, inveja, rancor e culpa. “Baby” Jane Hudson fez nome nos palcos de teatro vaudevile quando era criança. Mas isso foi há tantos anos que ninguém mais se lembra dela. Sua irmã Blanche foi uma estrela maior, de grande sucesso em Hollywood. Um acidente de carro, porém, afastou-a dos holofotes e a colocou sobre uma cadeira de rodas. Aos poucos, os ressentimentos se transformam em obsessão, colocando em risco iminente a vida — e também a sanidade — das duas irmãs. 

O que terá acontecido a Baby Jane? virou referência por sua adaptação cinematográfica, com Bette Davis e Joan Crawford. Mas toda a angústia, a inspiração gótica e até a atmosfera sombria da fotografia em preto e branco do longa-metragem já estavam presentes nas páginas do livro.

★★★★★/5

Alguns livros eu desejo tanto mais tanto que é difícil chegar ao final. É basicamente o que aconteceu em O que terá acontecido a Baby Jane? de Henry Farrell.

Finalizei o livro com a sensação de quero mais, quero ler de novo. Eu realmente desejei esse livro por um bom tempo. Vi na livraria e pensei em comprar, deixei ele no carrinho da Amazon por muito tempo até que a ideia de uma quarentena surgiu.

Não sei explicar o motivo pelo qual eu amo tanto histórias de terror, thriller e góticos. Li no Hype Science um artigo interessante sobre o motivo de as pessoas gostarem de filmes de terror, o que vale para histórias de terror em geral. Achei interessante, mas não me convenceu muito.

De qualquer forma, estou sempre em busca de grandes referências do gênero não só na literatura, mas também no cinema. Tanto que depois de ler o livro fui em busca do filme O que terá acontecido a Baby Jane?. Ele é de 1962 - amo - e é bem fiel ao livro.

A história além de te prender bastante é muito bem desenvolvida. É agoniante e em alguns momentos eu precisei dar uma pausa para depois prosseguir. Os detalhes são incríveis e a leitura não é pesada. Ela flui bem e eu não senti dificuldade em nenhum momento.

“Nada podia realmente ser capturado e mantido – nem possuído. Às vezes, você achava que tinha uma coisa, mas depois parte dela – ou tudo – sempre escapava. A vida em si não poderia ser possuída, nem mesmo um minuto dela.” 


Além da história, O que terá acontecido a Baby Jane? conta ainda com outros três contos no final do livro de autoria do Henry Farrell e nunca antes publicados, contos esses que em minha humilde opinião mereciam filmes também. Um deles - O que terá acontecido a prima Charlotte? - deu origem ao filme Com a Maldade na Alma, de 1964.

Falando nisso, acho que Baby Jane deveria ter um remake. Embora eu tenha sérios problemas com remake, acredito que seria legal uma versão mais atualizada do filme. 

Foi Crawford quem enxergou no livro uma oportunidade para fazer seu retorno triunfal ao cinema. Hollywood não oferecia bons papéis para alguém de sua idade. A atriz também sugeriu ao produtor do filme o nome da outra protagonista: sua arqui-inimiga na vida real, Bette Davis. 


A rivalidade constante entre as duas grandes damas conferiu a tensão exigida pelo filme, e foi recontada na série Feud (2017), de Ryan Murphy, criador de American Horror Story, Nip/Tuck e American Crime Story: O Povo Contra O.J. Simpson.

Cenas do filme
Cenas do filme
cenas do filme

Livro: O que terá acontecido a Baby Jane? 
Autor: Henry Farrell  
Editora: Darkside
Gênero: Terror
I.S.B.N.: 9788594541598
Clube do Livro da Milca