Bom Dia, Verônica - Andrea Killmore (Raphael Montes e Ilana Casoy)

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Livro que virou série da Netflix

Sinopse
Chegou a hora de abrir a caixa e revelar muito mais que um mistério — uma parceria, um pacto vivo a quatro mãos, um suspense que atormentou leitores e despertou questionamentos. Qual a verdadeira identidade de Andrea Killmore? 
Por trás de um thriller hipnotizante e surpreendente, duas mentes sombrias, familiares ao perigo e a todos os amantes da literatura dark: Casoy e Montes. A rotina da secretária de polícia Verônica Torres era pacata, burocrática e repleta de sonhos interrompidos até aquela manhã.
Um abismo se abre diante de seus pés de uma hora para outra quando, na mesma semana, ela presencia um suicídio inesperado e recebe a ligação anônima de uma mulher clamando por sua vida. Verônica sente um verdadeiro calafrio, mas abraça a oportunidade de mostrar suas habilidades investigativas e decide mergulhar sozinha nos dois casos. 
Um turbilhão de acontecimentos inesperados é desencadeado e a levam a um encontro com lado mais sombrio do coração humano.

★★★★★/5

Vou aproveitar sim que saiu o teaser oficial da série na Netflix e contar para vocês o que achei do livro Bom dia, Verônica. Até então, ninguém sabia quem era Andrea Killmore - nome bem sugestivo. Porém, com o lançamento da capa nova  (imagino eu) pela Darkside Books, foi revelado que era uma obra prima de Raphael Montes e Ilana Casoy.

Eu sou grande fã do Raphael Montes desde que li Suicidas. Falei sobre ele no meu blog Sabe o inverno? há algum tempo, se quiser saber mais, basta visitar o blog, o link está ali na barrinha acima. 

Para mim, ele é um grande escritor do gênero suspense, mistério, crime e um dia quero ter o orgulho de dizer que li todos os livros dele.

Já a Ilana Casoy, apesar de tudo eu nunca li nada exclusivo dela. Depois de Bom dia, Verônica, ah meus amigos, pode apostar que vai ter maratona (e gastos absurdos com livros).

Voltando a Bom dia, Verônica, eu li ainda esse ano, na verdade no início desse mês de agosto e achei sensacional. Todo o enredo é muito bem montado, muito bem escrito e  de uma riqueza imensa.

Eu vou defender para sempre os escritores de thrillers nacionais, porque é meu gênero preferido e estou impressionada com as obras que venho lendo ultimamente.

Durante a minha leitura, eu morria de medo de algo acontecer com Verônica. Sabe aqueles livros em que o detetive designado para a investigação acaba sendo afastado e fazendo tudo por conta própria? Eu esperei a todo instante que a SECRETÁRIA fosse penalizada de alguma forma.

As falas da Verônica, no geral, fizeram com que eu me identificasse muito, sabe? Sem dúvida uma personagem muito marcante e daquelas que, mesmo não sendo reais, você pensa: queria que fosse minha amiga.

"...se você é uma mulher acima de trinta anos e não precisa de remédio para ansiedade, então merece um troféu."

"Mulher é que nem índio, se pinta para a guerra que enfrenta todo dia."

"Homem é um bicho muito tosco mesmo - deu mole, já pensa em sexo."

Os crimes relatados no livro são bem pesados. São bem cruéis mesmo e muito bem detalhados. O casal Brandão e Janete é um casal peculiar. Certamente existem vários iguais no mundo real, talvez sem os crimes fora de casa do Brandão. Mas segue sendo um relacionamento abusivo ao quadrado.

Fiquei com muita raiva de Janete durante muito tempo. Sabe o quanto isso acontece aqui, fora dos livros? A gente fica com raiva da vítima, culpando-a e se sente culpado depois.

Agora quero falar sobre aquele final. Que final brilhante!! Assim como me surpreendi MUITO em Suicidas, Bom dia, Verônica até agora me deixa "que mulher genial, que escritores geniais". Sim, é um final sensacional e eu poderia passar três dias falando dele.

Não vi o teaser da Netflix, não gosto muito, já que teaser trailer costumam me enganar, então vou esperar sair a série para comentar. Faz tempo que não vejo séries novas, mas confesso que estou ansiosa para sair Bom dia, Verônica.

Sobre ela, a série, irei comentar no outro blog, o Sabe o inverno?. Não abandonem aquele espaço que eu amo tanto.

Já leram? Vão assistir à série? Vamos conversar aqui nos comentários.

Autores: Raphael Montes e Ilana Casoy
Editora: Darkside Books
I.S.B.N.: 9788594540171


Vozes do Joelma, Os gritos que não foram ouvidos

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Vozes do Joelma

Sinopse: Marcos DeBrito, Rodrigo de Oliveira, Marcus Barcelos e Victor Bonini são autores reconhecidos pela crueldade de seus personagens e grandes reviravoltas nas narrativas. As mentes doentias por trás dos livros A Casa dos Pesadelos, O Escravo de Capela, Dança da Escuridão, Horror na Colina de Darrington, Quando ela desaparecer, O Casamento, Colega de Quarto, e da série As Crônicas dos Mortos, se uniram para criar versões perturbadoras sobre as tragédias que ocorreram em um terreno amaldiçoado, e convidaram o igualmente perverso Tiago Toy para se juntar na tarefa de despir os homicídios, acidentes e assombrações que permeiam um dos principais desastres brasileiros: o incêndio do edifício Joelma. 

O trágico acontecimento deixou quase 200 mortos e mais de 300 feridos, além de ganhar as manchetes da época e selar o local com uma aura de maldição. Esse fato até hoje ecoa em boatos fantasmagóricos que envolvem a presença de espíritos inquietos nos corredores do prédio e lendas sobre lamúrias vindas dos túmulos onde corpos carbonizados foram enterrados sem identificação. 

Algo que nem todos sabem, é que muito antes do Joelma arder em chamas no centro de São Paulo, o terreno já havia sido palco de um crime hediondo, no qual um homem matou a mãe e as irmãs e as enterrou no próprio jardim. 

Devido às recorrentes tragédias que marcaram o local, há quem diga que ele é assombrado por ter servido como pelourinho, onde escravos eram torturados e executados. E sua maldição já fora identificada pelos índios, que deram-lhe o nome de Anhangabaú: águas do mal. Se as histórias são verdadeiras não se sabe... 

A única certeza é que a região onde ocorreu o incêndio tornou-se uma mina inesgotável de mistérios. E, neste livro, alguns deles estão expostos à loucura de autores que buscaram uma explicação.

★★★★/5

Eu sempre me interessei pelo caso do Edifício Joelma. Foi e ainda é um caso assustador, porém não deixa de ser curioso todo o sobrenatural que envolve aquele lugar.

Quando eu soube do lançamento do livro Vozes do Joelma, eu sabia que eu precisava ler. Não tenho muito o costume de ler a sinopse dos  livros e às vezes isso é um problema. No caso de Vozes do Joelma, foi mais ou menos um problema. 

Adoro contos, mas não sabia que esse livro era composto por contos. Tudo bem até ai, curti a ideia. São quatro no total e apenas um deles eu não gostei tanto assim. 

Vamos começar falando sobre os autores do livro Vozes do Joelma. De todos eles, eu só conhecia o Rodrigo de Oliveira, inclusive pessoalmente, já que fui em um lançamento dele aqui em Brasília há uns três anos. Marcos DeBrito, Marcus Barcelos e Victor Bonini eu conheci através do Joelma, fui lá e li um livro de cada um deles e apenas adorei a escrita dos três. Mais para frente vou escrever sobre os livros deles que eu li e conto para vocês.

Agora quero falar sobre cada um dos contos que compõem o livro Vozes do Joelma. 

O primeiro conto, Os mortos não perdoam, escrito por Marcos DeBrito, conta uma história baseada no crime do poço. A história do edifício Joelma já vem de longas datas e nesse conto, nós temos uma narrativa voltada para o crime que aconteceu lá anos antes do incêndio. É perturbador e eu sou suspeita para falar, já que adoro histórias perturbadoras.

No segundo conto, Não nos deixe queimar, temos  o incrível autor de As crônicas dos mortos, Rodrigo de Oliveira. A escrita dele é sensacional e o conto que ele entregou não é para menos. É sobre o incêndio no edifício. Ele cria toda uma narrativa, com personagens marcantes, apesar de ser um conto, e nos faz pensar - mais ainda - sobre a mente das pessoas. Sem dúvida foi meu preferido.

O terceiro ficou por conta do Marcus Barcelos e se chama Os Treze. Se você conhece a história do edifício Joelma, com certeza já ouviu falar das treze pessoas que morreram carbonizadas dentro do elevador e nunca foram reconhecidas e sequer reclamaram seus corpos. Para mim, a história é a mais assustadora, já que essa história das treze almas é em si assustadora. 

Por último, temos O Homem na escada, de Victor Bonini. É um conto muito bom, tem um enredo interessante e com personagens bem construídos. O problema é que é um conto bastante longo e arrastado. Se você pega a essência da história, não tem como negar que é uma história incrível, mas é arrastada de qualquer forma. Gostei, mas poderia ter sido mais curta ou dinâmica.

Ali em cima eu contei para vocês sobre o problema em não ler sinopses. Pois bem, eu imaginei que o livro iria contar a história real do incêndio, tipo um livro reportagem. Foi uma surpresa muito boa, já que cada um dos autores usou de sua criatividade - que não é pouca - para criar uma ficção baseada nessa história tão triste.

O escritor Tiago Toy, convidado a apresentar o livro, tem participação fundamental na composição de Vozes do Joelma. Ainda não li nada dele, mas já está na fila. 

É uma leitura muito boa, vale super a pena e eu tenho certeza de que vai agradar muitas pessoas. As histórias de terror nacionais, as que li pelo menos, são tão boas quanto as gringas, sendo melhor ainda por serem brasileiras, vamos dar valor, né?

Fica aqui a minha indicação, espero que vocês curtam.

"Não esbanjes sua vida com uma rotina de pensamentos irascíveis e traiçoeiros, essa é uma das mais mortíferas doenças do século."


Autor: Marcos DeBrito, Rodrigo de Oliveira, Marcus Barcelos, Victor Bonini e Tiago Toy
Editora: Faro Editorial
I.S.B.N.: 9788595810884
Clube do Livro da Milca